quinta-feira, 23 de julho de 2015

Tomar um café na rua

Continuei andando e pensei que deveria parar para tomar um café. Durante o café acabei entendendo que embora o agora, no fim das contas, não seja traduzível num fato universal, tomando como referencial a própria certeza de viver o agora, não há, contudo, nenhuma razão para agir como se fosse o fim do mundo, ainda que seja. Pensei, então, em pedir uma cerveja, mas decidi guardar o dinheiro para necessidades indeterminadas mas previsíveis de algum dos futuros à caminho de fazer-se.
Quando me levantei do banco do bar me lembrei que socialmente não convém ficar parado, e daí resolvi andar. Queria continuar a leitura, mas me lembrei, em seguida, que eu acho que há poucos bancos nas praças. Como resposta imaginária indesejável, surgiu na mente que alguém poderia discordar dessa constatação, veementemente, tanto mais quanto nunca tenha desejado um lugar pra se sentar na rua. Outro bar. Se eu parar e pedir uma cerveja poderei sentar mais um pouco para ler. A cerveja dura mais que o café. Desisti.

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